Recorte 38 - In coma!!!
Por Camila Muniz:
A bebida boêmia me faz dormir o sono dos fracos
O sono daqueles que nunca sentem vontade de dormir
Na noite de refúgio o liquido me persegue
E eu consigo então fechar os olhos
E não me importa no que eu pense, eu sempre digo o que quero
Mesmo que outrora acorde com a dor dos desiludidos
O liquido percorre meu corpo mais rápido que o sangue quente
Ele chegua mais rápido ao meu coração do que o pulso constante que me controla a vida
E mais uma vez eu me encontro e me perco
Eu me olho no espelho e quero fugir de mim
Por que ver quem eu sou me torna fraca
E as lagrimas que correm e fogem pros lábios me mostram o quanto me perco de mim
E mais uma vez o liquido entra em mim, e mais uma vez saem de mim palavras falhas
E sorrisos frouxos e sentimentos tolos
E mais uma vez o sono vem pra que eu posso enfim descansar do que me torna fria e frágil.
Recorte 37 - Santa Ignorância
É quando eu queria uma máquina do tempo, é quando eu queria não saber de toda crueldade que sei...
Por Camila Muniz:
Quero minha ignorância de volta!
Com Papai Noel e o que mais tiver que vir...
Quero Nuvens onde eu possa dormir!
E verdades em que eu possa acreditar.
Quero a dádiva de não saber quem sou, pra eu poder me tornar quem eu quiser.
Ou pelo menos quero não saber o que me torno junto com os outros,
Ou quero apenas continuar pagando pelo preço de ser de verdade!
Quero ser ignorante das mentiras e desonestidades humanas!
Ser o sorriso sem interesse, o abraço com aconchego.
Quero poder aceitar doces de estranhos...
Quero perceber que não são estranhos os que escolho para serem conhecidos...
Quero minha doce ignorância de volta!
Recorte 36 - Daqui um tempo...
recorte 35 - Bailarina.?!
Sem a melodia ímpea utilizada por chico
Repito...” Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem..”
To pensando em não pensar mais
Nos dias amenos
Nas dores que temo
Medo, talvez fosse essa a palavra...
Medo de sentir
Medo de me abrir
Medo que percebam que também sei chorar.
Será que sou uma bailarina?
Que lateja a dor intísceca nós extremidades do corpo?
Com um sorriso nos lábios e a delicadeza de um corpo sem limites?
Não possuo a delicadeza da bailarina, porém o riso nos lábios...
Me esconde o limite da dor que sinto.
Ninguém me vê em dúvidas.
Não veêm que sigo perdida, para veêm que sigo.
Todos escutam minhas piadas
Mais ninguém abre os ouvidos para meus gritos
Medo de omitir
Medo de sorrir
Medo de dizer que eu também sei sentir
Sou a bailarina sem a dança.
Recorte 34 - Progredir é Regredir
Recorte 33 - Rosa
Dona de pétalas finas que pareciam querer se desmantelar no embalo da brisa que a soprava...
tenha sentindo dor...
A Rosa não vê...O que sua beleza conquista, seu espinho destrói.
REcorte 31 - Lápis de Cor
elas saem azuis e vermelhas..
As vermelhas me queimam, as azuis me gelam
os pontilhados me cercam...circundam e amainan minha mente
To gritando dores..dores de lápis de cor
doi em verde, amarelo e vermelho
o vermelho me escapa por cada parte que não sinto mais minha
To pintando os passos, desenhando pegadas no caminho da felicidade
Será mesmo que existe um caminho a se seguir?
To colhendo sentimentos de lápis de cor
bege, púrpura, vermelho
o vermelho intensifica-se em mim como ó álcool que percorre o ser alcóolatra
tá me invadindo..tá me confundindo...
To distribuindo coisas de lápis de cor
coisas em lilás, branco e vermelho
o vermelho me sai das mãos como a pele que deixa o corpo
como a alma que vai sem pedir permição, desloca-se de mim e sai riscando,
colorindo tudo que toca.
To distribuindo lápis de cor
Coloram-se de laranja, rosa e vermelho
Colorir-se de vermelho é escolher sofrer, e escolher sofrer é escolher viver...
To me colorindo em lápis de cor em tons vermelhos,
nos olhos, na boca, nas unhas, nos pulmões...degradês de humanidade em cada parte de mim.
Recorte 30 - Música
To procurando a música certa
Uma que fale dos meus dias vazios
Que fale das lágrimas que escondo no meu travesseiro
E das noites em que a janela do quarto me faz companhia
Aquela música que em um refrão disserte a dor de um amor
O desespero de uma saudade
A felicidade de um abraço
Ou que simplesmente fale desses sentimentos instáveis
Que me percorrem o corpo
Procuro a melodia certa que me faça tranqüila
E a Letra traçada de inconstância... A não linearidade das coisas
To esperando a musica refúgio
Que me leve onde eu possa chorar sem vergonha
Onde eu cante o refrão e me sinta mais livre
Uma musica que cante minha estupidez em rimas
E saliente minha melancolia em tons
Que a introdução seja a porta para a saída da minha noite não sóbria
Não espero muito do final, só o final mesmo
Com o desejo de que o final não se limite somente ao término da melodia,
Que se encarregue de encerrar também o sentimento latente e pulsante que pesa meu dias .
Quero encontrar essa música, e que ela sussurrada possa abrandar meu coração.
Recorte 29 - Como sobreviver no Mundo??/
Recorte 28 - Chinelo Velho
Recorte 27 - Com que roupa?
Com que roupa vou estar daqui um tempo?
Recorte 26 - Adulto
Fernando Pessoa
Leio alguns versos de Fernando, e logo penso:
Pessoas que acreditam...
Peço todos os dias pra ser criança de novo
Poder chorar
Poder errar
Poder sentir. Por que ninguém mais gosta de sentir?
Adultos amargos e adulteros...é o que nos tornamos
Traimos nossas crenças, verdades. Traimos nosso coração, e tudo por pra que?
Para nos sentirmos menos humanos talvez.
Por que se tornou tão comum não respeitar o sentimento do outro?
Adultos céticos e imorais...Quero ser criança de novo!
Adultos cínicos e egoistas...Quero ser criança de novo!
Adultos...Quero ser criança de novo!
Tenho percebio que ser adulto me impede de ser quem sou pra não me machucar
Tenho percebido que ser adulto me torna amarga e insensível
Tenho percebido que ser adulta tem me deixado a mercer da idiotice humana
Tenho percebido que ser adulta tem consumido alguns de meus sentimentos mais puros
Recorte 25 - Vento vai
Por Camila Muniz:
Ele me tocou
Era suave e feroz
Era frio e quente
Tocou em cada parte de mim
Tentei segurá-lo mais foi em vão
Ele se foi tão depressa que nem pude vê-lo partir
Escapou entre meus dedos fracos e inuteis
Mãos não firmes que o deixaram ir
Pude sentir seu ultimo beijo......leve, docê e sem cor.
Seu ultimo cheiro...que agora vive ao meu redor como se fosse parte de mim
Seu ultimo toque, agora parte da pele que me cobre
Posso senti-lo em meus pulmões.
Me recordar como era quando ele me tinha
Não sei como é të-lo e isso quase me sufoca
Posso sentí-los nos meus dias e noites
Tem dias que ele não vem...a noite é quente e sem vida...
E quando ele volta me encarrego de continuar minha saga falível
Tento agarrá-lo pra mim, mais o vento sempre se vai, me toca a pele pálida e escapa entre minhas mãos....
Recorte 24 - Fome
Por Camila Muniz:
Queria conseguir definir os sentimentos e atitudes tão bem quanto Arnaldo Jabour
E ouso usar do titulo de umas de suas crônicas para expor o que mais vejo em nossa medicore vida moderna.
"ESTAMOS COM FOME DE AMOR" diria ele
E eu complementaria "E COM SEDE DE HUMANINADE"
Mais do que falta de amor, sentimos falta de esperança, confiança.
É inevitável não se perguntar: onde foram as cartas de amor?
As coisas importantes se tornaram bobas
E as coisas bobas importantes, Pessoas se tornam números e ainda temos que achar isso legal.
Que somos egoístas já sabia, mais estamos nos tornando patéticos.
"ESTAMOS COM FOME DE AMOR" eu repito
Será que ninguém quer mais vê com os olhos do coração?
Por que riem de nós quando expomos nossos sentimentos?
E por que não riem mais dos palhaços, eles sim esperam gargalhadas.
Tudo que vejo são homens com seus porretes na mão puxando mulheres pelo cabelo
Hoje tem o contrário também, a "igualdade" conquistada pelas mulheres.
Além disso? só corações gritando "ESTAMOS COM FOME DE AMOR"
Recorte 23 - Ponto Rosa (Título by Uilton Sandes)
E no meio daquele tanto de cor ele se misturava e não se achava mais
Cores entravam e saiam e lá ia ele tentar se achar novamente
Às vezes ele se sentia sozinho
Lá ia ele se juntar
Se atrapalhar
Se desorientar
Procurava iguais, e não achava
Achava vermelho, laranja, lilás
Rosa? Somente ele, aquele pequeno ponto jogado no canto
Chegou a pintar-se de branco, amarelo e azul.
Nada funcionou, nada o fazia igual.
Assumiu-se rosa, correndo o risco e sumir
Hoje o ponto rosa e pequeno é cada vez mais rosa
Mais ele não se importa mais... De onde ele veio certamente sobrou mais alguém além dele...
Recorte 22 - Novo dia
Quando as pessoas se lembrarem que amar é bom
Quando canções não forem mais de sofrimento
Quando mandar flores voltar a ser normal
Quando beijar significar sentimento
Quando o abraço voltar a ser carinhoso
Quando conversar for importante
Quando mãos dadas se tornar compromisso
Quando cartas de amor não forem mais bregas
Quando os vizinhos de apto emprestarem açúcar
Quando o respeito vier antes do egoísmo
Quando as pessoas se tornarem pessoas
Eu vou me lembrar por que acredito no amor
Por isso faço novas canções
Por que o perfume das flores é tão bom
Por que beijar dá frio na barriga
Por que abraço protege
Por que falo tanto
Por que quero andar de mãos dadas
Por que escrevo poemas
Por que vizinhos são como parentes
Por que o respeito desperta afeição
Por que ser pessoa é melhor do que ser animal
Neste dia vou me sentir parte do mundo de novo.
Recorte 21 - Picolé de Limão
Aquela coisa sem nome que faz agente suar frio
È como trombar com um cachorro bravo numa rua deserta
Deve ser a mesma sensação de voar!
Ainda não sei definir o amor em palavras...
Talvez o amor seja a saudade desesperadora, misturada com a vontade de dar o mundo por um sorriso...
Aquele véu que cobre os olhos pros defeitos
O Trampolim que ressalta as qualidades
A memória seletiva que apaga as desavenças
O desequilíbrio do corpo sem o outro
Talvez seja a falta de pudor junto à delicadeza dos detalhes
A fala junta na hora certa, como se fosse combinado.
A vontade de ficar a toa só para pensar na pessoa
A risada solitária acompanhada de lembranças
Amar pra mim é como dar as mãos á alguém e não querer soltar mais.
Sentir o calor, o frio, a união e a pele de mãos juntas. Mãos que se ajudam, que se unem, se protegem e se guiam.
É aquela sensação de não poder viver sem a outra pessoa, mesmo sabendo que pode.
É o ultimo suspiro arrancado dos pulmões quando está preso debaixo d água.
É a musica que te faz lembrar, o filme que te faz chorar.
É fazer de tudo para dar certo, mesmo que tudo saia errado!
É ter a impressão de que aquela pessoa não é a certa pra gente e mudar de idéia depois que você a vê sorrindo.
È sair depois de uma briga, já contando os minutos para voltar.
É se sentir feliz quando escolhe o filme errado!
Talvez o amor seja apenas um picolé de limão, doce e azedo ao mesmo tempo. E nas variações de sabor dá pra sentir que o finalzinho passa a ser mais azedo que refrescante, e mesmo assim não queremos que acabe.
Tenho pra mim que saborear um picolé de limão é um dos maiores prazeres da vida!
Recorte 20 - Vida???
Um dos deuses mais lindos
Sei que às vezes uso
O trajeto, o ônibus, o trabalho, a Casa
Parece igual quando somos expectadores da vida
Mais quando somos expectadores de sonhos tudo se torna diferente
Alguns personagens mudam, outros continuam sempre ali
No ponto me preparo pra nova história, pro novo sonho de se tornar real
Escolho o assento mais distante de tudo, assim começa a viagem...
Desconhecidos se tornam figuras essenciais, posso até ouvir a voz não conhecida
Crio dias melhores, sorrisos, passeios, amores. Crio vidas em mim!
Fecho os olhos. A alma me sai do coração...
Desço do ônibus e tudo é diferente do que era antes
As coisas, pessoas, atitudes e amores...
Os seres humanos não são mais tão cruéis
Eu não sou mais tão cruel.
As conversas se tornam fáceis, os sentimentos correspondidos
Assisto a borboleta dançando no ar...
Assisto sorrisos perdidos nas faces
Abraços aquecedores, olhares acolhedores.
Eu quase crio asas, só para dançar com o vento também
O coração parece apertado... As pessoas falam, falam e falam.
Não consigo entender...
Quando recobro a consciência, as pessoas ainda estão lá.
Elas não se parecem mais humanas
O sorriso desaparece no semblante amargo
Sem abraços, sem olhares...
A alma volta ao coração... É hora de descer do ônibus.
A cada esquina desejo ao menos uma gota de esperança.
Algo que me faça ver que a primeira vez que desci do ônibus tivesse alguma realidade.
Recorte 19 - Gaveta
a madeira velha meio quebrada finge que ainda está aberta
mais eu fechei, fechei sim...com todas as provas e vestígos que me contrariam
Livros, cartas, sonhos...
amarrei tudo dentro de uma caixa, dentro da gaveta
Parece estar tudo preso, seguro...nãs escapam mais as lembranças...
A gaveta agora guarda sonhos, segredos. Pequenos pedaços de vida tranformados em coisas.
tem dias que ela acorda húmida, serão as lágrimas que guardei?
È incrível como as vezes me impulsiono a abrí-la....
...mais isso significaria arrancar de novo faíscas de minha alma.
A gaveta esquecida no canto do quarto parece me olhar constantemente
Em momentos ela vela meu sono...entra nos meus sonhos...
Sempre me certifico se está bem trancada..atitude seguida do impulso de querer arrombá-la
Estranho querer me furtar-me de mim. Até a frase soa estranha.
Sussurro baixo ao pé da gaveta...as vezes só pra sentir o perfume misturado do que guardo nela.
As vezes a sinto respirar...posso sentí-la sufocada de tanto sentimento guardado.
A gaveta agora parece feita de aço...virou o cofre do que sinto...esqueço a senha, os códigos...
Ela é metal frio e forte...assim é mais fácil esquecer o que ela tristemente guarda pra eu não me machucar...
Recorte 18 - Descobertas
As palavras fogem dos nossos lábio em alguns momentos, e os sentimentos pulsan e pulsan, e as silábas invadem a mente numa profunda desorganização...tentei organizá-las:
Por Camila Muniz:
Cada hora que passa descubro coisas novas e reafirmo certezas passadas
Não adianta ligar pra todo mundo, se não ligar pra pessoa com quem você quer falar
Sair com várias pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não sair com ninguém
As pessoas não acreditam mais em amizade sem interesse (pelo menos a maioria nao)
Unhas vermelhas são bonitas, mas dão o dobro de trabalho das brancas
Não adianta cabelo longo, com longos fios arrebentados
Nem sempre expressar o que sentimos é o melhor a se fazer
Não adianta achar a pessoas certa, se a pessoa certa não acha você
O sentimentos são confusos, e não é obrigação nossa estar ciente deles o tempo todo
Se você gosta de alguem que não gosta de você, a culpa não é dela. Respeite!
Ninguém tem o direito de abrir portas se não tem interesse em entrar
Ninguem deve entrar se não tem o interesse de permanecer alí
Hoje sei que as vezes temos que tomar decisões, mesmo que isso signifique automultilar nosso coração
Algumas pessoas não entendem que os sentimentos são dramáticos, e não você.
Sentir-ser triste é comum nos dias de hoje
Escolhas são necessárias, e nem sempre são as certas.
Mesmo que eu ache errado magoar pessoas, eu as magoo.
lembrar sempre que as expectativas são minhas, e ninguém é obrigado a supri-las, e vive e versa
Criar expectativas é o primeiro passo pra se magoar
sempre devemos terminar coisas que não queremos pra ser mais fácil seguir em frente
Os momentos felizes com certezas serão mais numerosos dos que os momentos triste, porém menos intensos
Estar sozinho ou não também é uma escolha.
Perdas são superáveis, Decepções as vezes não..
tenho que ser menos grossa pra me recupar pra mim.
tenho que me lembrar que não posso contralar o mundo, só me lembro disso quando caio
As pessoas tem o direito de ser quem elas quiserem, e durante o tempo que quiserem.
Tenho que aprender a ouvir, a cantar, a chorar...
Não temos que chorar na frente dos outros
Mas chorar nos faz perceber que temos sentimentos.
Descobri que nem sempre sou a pessoa que gostaria de ser, e que é justamente nessas horas que sou mais eu.
Algumas pessoas vão brincar com seus sentimentos..e daí!!! finja que você não tem sentimentos..
As certezas mudam o tempo todo, e as descobertas de hoje se tornam falta de novidade amanhã...
Recorte 17 - O que desejar?
Mais tudo está fora do lugar
Não assisto mais filmes de amor
E nem ouço músicas melodramáticas, elas não me comovem mais.
Na rua só um monte de estranhos, um monte de gente esquisita, elas se parecem tanto comigo
Almas penadas vagando, procurando algo que dê sentido ao ato de dar as mãos
O sol parece cadê vez mais forte, ele me atravessa na busca de iluminar algo
Durante 7 dias eu só quero dormir, dormir e acordar, acordar e dormir
No fundo eu só quero ter por quem chorar
Recorte 16 - Sentimento perdido
Hei de reconhecer o palpitar saliente em meu peito,
A ira me ressalta os olhos como quem procura uma explicação lógica para o inexplicável
E as palavras me embaralham a mente quando elas não conseguem mais significar o que sinto
Me expresso e erro, e na busca de concertar o erro me confundo, me perco, me anulo.
Quisera eu ser como as flores que se curvam, mais não se quebram
Quiseram eu ter o coração de pedra que grito e sempre ofereci aos que teimaram em se aproximar.
Odeio sentir o que bate agora em peito, essa mistura de vazio com amargo.
Os impulsivos pensamentos em ti, raiva que se mistura a vontade de não querer-te
Será que se eu gritar bem alto foge de mim o que me preenche o peito?
Sei que não demora muito e passa, se fosse pra ser o compasso seria o mesmo, a vontade seria a mesma, a saudade seria a mesma, e tudo teria mudado junto... A vontade de estar não seria de somente um.
Recorte 15 - Escolhas
Creio que sim! As pessoas são assim, uma grande interrogação.
Preto ou Branco?
Doce ou salgado?
Frio ou calor?
Homem ou mulher?
Amor ou ódio? Escolhas, escolhas, escolhas.
Quando roubaram de mim meu sorriso mais sincero fiz uma escolha... Desisti de sentir
Troquei todas as escolhas que tinha feito até aquele momento e as joguei no vento
O Vento voou tão rápido que nem puder me despedir da minha lista de coisas á realizar
Eu pude sentir escorregar de minhas mãos já fracas todas as escolhas que me enchiam o coração da mais pura alegria.
Hoje quando me olho no espelho ainda tento recuperar no fundo dos olhos o brilho que iluminava aquele sorriso... Me vejo de vidro quebrando em mil cacos de espelho mal cuidado.
As escolhas mudam mais rápido do que este tempo indeciso resultante do aquecimento global
Meu aquecimento emocional mais se parece um ice Berg... Escolho o sol, quero derreter a neve presa nas paredes do peito.
Descobri que escolher não sentir me priva do sofrimento mais cruel e dolorido, e me priva também de perceber que estou viva. Quero escolher sentir! Mais não sei qual a escolha certa a se fazer.
Recorte 14 - Saudade
Saudade tem cheiro e quê?
Peguei-me pensando isso hoje.
Imagino que tenha um cheiro para cada pessoa.
Pra mim o conflito é intenso... Cheiro de maracujá ou cheiro de pó de café?
è confuso! Mais se aproxima da idéia de saudade.
Como a fruta que é doce e azeda ao mesmo tempo, são esses os vestígios da falta que alguém faz
è um sentimento bom, mais áspero, dolorido quando não é suprido.
A saudade tem também cheiro de pó de café. É forte, marcante... Nem todo mundo gosta de sentir, mais seu perfume desperta atenção.
Sabe quando você chega em casa depois de um dia cansativo de trabalho e o cara do apartamento ao lado ta fazendo café?
O cheiro é tão bom que somos envolvidos involuntariamente por um vontade de bater a porta do vizinho desconhecido e pedir uma xícara de café...Massss, não seria educado...então nos atemos a vontade.
è um cheiro que desperta fome e sede ao mesmo tempo...desperta vontade de pessoas, conversa com os amigos...é um cheiro que desperta o íntimo e aguçado olfato..não tem como não sentir o cheiro do café.
È isso! Saudade pra mim tem cheiro de café... Agradável e forte é lembrança de casa, de amigos e de amores...
Recorte 13 - Biblioteca
A Biblioteca se torna morada constante da teoria do amor, ele fica lá presa em páginas não lidas.
Me aconchego junto a Saint-Exupéry e subitamente me vem tudo de uma vez:
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas... o essencial é invisível aos olhos”
Visto-me de sorrisos e lágrimas.
A biblioteca chora. Se torna triste e amarela, como a folha rasgada do livro velho e esquecido. Ainda consigo senti-la na poeira grudada na calça Jeans desbotada.
Hoje eu trouxe para casa Veríssimo... “Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo.”
Recorte 12 - Vende-se
Os sentimentos deveriam ser assim, EDUCADOS.
E se eles nunca chegam? no mínimo deveriam explicar o por que?
Eles deveriam ser como música, vc escolhe o estilo do qual gosta é vai se divertir da maneira que quiser.
Eu? já fui do jazz ao sertanejo, mais claro parando constantemente na MPB.
Hoje? na dança da solidão eu sambo.
Sentimentos deveriam ser vendidos em postos de conveniencia, já se encontra de tudo lá mesmo.
Tudo hoje está a venda: diversão, prazer, felicidade, euforia, e de vez em quando até comida conseguimos comprar.
Seria tão simples comprar o sentimento que desejássemos. 200 gramas de alegria por favor? tristeza? hoje não, obrigada!
Eu gostaria de comprar sorrisos também...um estoque inteiro, mais acho que não seria tão bom quanto ganhá-los.
Não seria nenhuma novidade se me aparecessem na porta oferendo-me 2 litros de amor, com certeza seria mto caro devido a sua escassez.
Não ficaria surpresa se os sentimentos fossem realmentes vendidos. Pelo menos encontraríamos eles em algum lugar.
Acho que os seres humanos estão estocando seus sentimentos. Certamente eles pensam em vendê-los futuramente.
Ainda não se vendem sentimentos, na verdade eu nem sei se eles ainda existem. Resta-me comprar uma placa branca, e de vermelho colocar os dizeres:
Vende-se um coração!
Recorte 11 - Estalo
Ontem ouvi que eu era uma pessoa difícil!
Der repente um estalo, um clarão me cegou os olhos
Me amem, ou me odeiem..minha filosofia constante
Extremismo, bipolaridade... Como será ser normal?
Às vezes não sei bem quem sou. O doce Anjo ou o fugaz errante?
Confundo-me entre declarações e insultos
Entre certezas e dúvidas
Sou a palavra doce para uns
E a música triste para outros
Às vezes eu nem sei se sou real.
Não sei se o erro está em mim ou no mundo...é muito confuso!
A proximidade às vezes me incomoda, mais a distância me assusta.
Os sentimentos me martirizam, mais a ausência deles me anula.
Em momentos sentir me faz falta.
Apaixonante ou decepcionante? Depende de como você me vê
Dependo de em que momento você me vê.
Sou uma mistura de incerteza e convicção... Instabilidade.
Ontem estava apaixonada, amanhã? Por favor, alguém se lembra do ultimo capitulo da novela?
Peraí! Eu nem assistia novela!!!
Minhas certezas são certezas diferentes a cada dia.
Hoje sou um vulcão prestes a explodir
Talvez eu acorde flor amanhã...
Recorte 10 - Quase..
Não me lembrava mais como era me sentir assim... Impotente!
A razão vai e vem com um balanço prestes a ter as cordas rompidas
Rompi as pedras, ainda sinto algumas delas caindo sobre meu corpo frágil.
Frágil? Nunca mais achei que fosse me sentir assim, é difícil saber se é bom ou ruim.
Quase posso chorar... Mais ainda não consigo, talvez se me saíssem algumas lágrimas dos olhos, me sufocaria menos esse nó preso na garganta.
Minha boca seca revela minha falta de ação, reação!
A falta de Adeus me incomoda... Me faz perceber a recíproca não verdadeira
Talvez um dia os seres humanos voltem a ser humanos, talvez eles sintam mais.
Os sentimentos se confundem: raiva, tristeza, euforia, decepção. Não sei distinguir o que sinto, só sei que sinto.
Todo mundo só brinca com fogo por que ignora que ele realmente possa queimar.
Se as placas e avisos funcionassem, não haveriam acidentes, e ninguém se machucaria.
Sinto-me usada, não de corpo, de alma. Quem as pessoas pensam que são?
É como se tivessem invadido minha casa , bagunçado tudo e ido embora,
E o mais irônico...com a minha permissão.
O meu corpo continua o mesmo, com exceção dos meus olhos, que estão mais vermelhos.Meus sentimentos continuam os mesmos, exceto por alguns arranhões na alma.Minhas teses? Rasguei...
Recorte 9 - O que?
Não sei como me sinto
O dia ta cinza com pequenas faíscas amarelas
Olho o tempo, a brisa, o quarto, e não sei como me sinto.
Na calçada pessoas brancas, pretas, amarelas
Vidas caminhando de um lado e de outro... Engraçado! Ainda não sei como me sinto.
Correm os minutos, entram e saem histórias do ônibus em movimentos, eu continuo parada, sem saber.
Cumpro o roteiro... A tarde acaba, volto pra casa.
Os olhos parecem feitos de vidro, não brilham, não choram, não mudam as cores do dia.
A saia balança no corpo dança como não dança a emoção.
O paladar automático ingere sem saber o quê,
Queria um gosto que me libertasse!
Eu aperto as mãos contra as maçãs da face, talvez corem, talvez não.
As pessoas se agridem sem saber por quê? Elas se machucam...
Será que ainda existe alguém aí?
Será que estou triste? Será que estou confusa? Será que estou?
Não sei como me sinto...
Eu só queria saber como me sinto...
Recorte 8 - ???
As lágrimas solidificam e se tornam risos disfarçados na face
A alma parece seca e nobre
Calma e inconstante
Racional e insana
Insensata essa vontade de mudar as coisas
De inserir os sentimentos no outro
Sentimentos calados, porém sentimentos
Com acordes mal feitos disfarçando a música presente na pupila dilatada.
O coração se torna melodia da musica sem letra...instrumental..sentimental.
Versos e prosas romancistas, poemas líricos
O toque do violino intenso ou a gaita..instrumento dos boêmios que tocam o amor.
No mais, somente sentimento
Sou todos os sentimentos presos na fala que não sai
Olhos, boca...todos os sentidos se tornam o sentimento não desejado.
Sinto nos lábios ainda o sabor fixado,
Os olhos vêem um momento parado no tempo
O olfato do cheiro doce misturado a bebida da noite
Toques impulsivos, gosto nos dedos que sentem a face.
Sentimento preso nos minutos que duraram a carinho amigo homem e mulher.
Carinho dissipado...momento congelado e guardado na gaveta das lembranças que não queremos esquecer.
Recorte 7 - Sonho
...O cheiro de grama invade o quarto,
Ao mesmo tempo o vento sopra incessantemente a persiana enfeitada de poeira.
O quarto se torna tudo, as coisas mudam de lugar e estão onde sempre quis que elas estivessem.
As paredes pintadas de cores fortes chamam a atenção do meu sorriso, que se manifesta antes de minha mente abstrair o significado da felicidade que bate latente em meu peito.
O perfume da tinta fresca se mistura ao cheiro que exala das flores que adentram o quarto: girassois, rosas, lírios...
A sensação de plenitude é atropelada de um barulho ensurdecedor, o barulho fica cada vez mais forte, irrita, incomoda, e quando os ouvidos não agüentam mais, as pálpebras se abrem num susto...a mão sobre o relógio que me chamava. Vão embora a disposição dos objetos e as cores do quarto. Ainda posso sentir o perfume que some lentamente com a claridade da luz...girassois, rosas, lírios...
Recorte 6 - Insônia
Onze horas e começa tudo de novo...
O corpo cansado grita o lençol macio, mas os olhos teimam em manter-ser alerta.
As noites que não me trazem o
sono, me prendem a um estado inerte de inquietação.
Vivo dias, meses e anos,
muitos em cada uma das noites em que o sono não vem.
O escuro me traz o medo,
e junto do medo uma realidade que não vivo.
Observando o céu às vezes
nublado, outras vezes banhado de estrelas,
suplico no silêncio um sonho onde
eu não esteja acordada.
Imagino a realidade não existente e me distraio...
Vou longe!
Quando volto, a noite ainda persiste em continuar,
ela me traz as pessoas, e eu me pego analisando o comportamento humano.
As pessoas me causam
medo, elas são tão cruéis, tão insanas...
Mais insanas do que minhas noites
de insônia.
Meia noite! Ainda consigo ouvir a TV, na tela só o que nós
insistimos em não enxergar...
Violência, a busca da perfeição estética, os
prazeres mundanos...
A noite me traz pessoas cada vez mais vazias, cada vez
mais pintadas de perfeição e tristeza .
Uma hora!!! Sinto um leve pesar nos
olhos, quase posso dormir... Desligo a TV e me envolvo do aconchego da cama...
Duas horas e o pesar dos olhos se deteve a pequena vontade de dormir, só
vontade... Assim como as vontades que me rodeiam a falta de sono...
Agora,
posso ser quem eu quiser: desenho, pessoa, bicho... Posso ser tudo, mais o
barulho que o vento faz na falta de luz me torna nada, uma mera expectadora danoite...Velo o sono, e o sono não vêm...
Na TV mais nada, nem mesmo a
mentira humana... Resta-me tornar a letra de alguma musica de Arnaldo, ou algum
verso de Clarice.
Os ponteiros do relógio parecem cada vez mais
lentos...minha ansiedade pelo nascer do dia chega a me doer.Espero com o
coração já me saindo do peito pelos primeiros raios de sol, eles me acalmam.
O dia faz das pessoas mais bonitas, elas nem parecem tão triste quando a
maquiagem cobre a verdade das noites de insônia.
(Camila Muniz)
Recorte 5 - Conflito
Recorte 4 - Erros
Sempre estive presente
Nos mais belos conceitos
Nas mais duras regras
Nas mais severas tradições
Nunca me permiti
Amores sem juízo
Pecados sem castigo
Erros sem punições
Inspirei-me no que fosse mais doce
No que me afastasse do mundo
Este de prazeres mundanos
De desejos profanos
Este quem em muito se distinguia de mim
Corri do que prende os meus
Fugi do me tornasse mais um
E me esqueci do que me torna real
Esqueci-me de que os erros me tornam real
Hoje fora da redoma onde sempre fui cultivada
Sinto-me de pernas quebradas
Valores trocados
Não sei mais a distinção de certo e errado
Distorcendo-me do que sempre acreditei
Agora tento seguir cada vez mais só
Tento me punir por meus erros
Será que realmente são erros
Por que comigo eles parecem mais graves?
Canso-me de estar cercada daqueles que ainda me vêem igual
Sempre fui o quadro certo
Por que não posso estar na outra parede?
Por que não posso me esquivar para outro lado?
Dúvidas me embalam e me fazem prisioneira.
Cubro minha face do vermelho que me cora as maçãs do rosto
Ergo meus braços a procura de mim
Encontrei-me em uma música
Só me encontro no que não pertence à humanidade cruel
Esta que agora pertence a meu ego ferido.
Duras são as palavras que ouço de mim
Egoísta eu não me deixar viver
Severos e rudes são meus pensamentos
Minhas condenações
Às vezes eu desejo me importar menos, me cobrar menos.
Me curvo agora diante ao desespero preso em meus olhos
Ao descontentamento presente em minha fala
E as acusações constantes em meus pensamentos
Por que quando eu erro o erro parece mais grave?
Escondo-me atrás da poesia
E de sorrisos mal traçados
Escondo-me do que me torna real e errada
Escondo-me do que me faz sentir que sou ser humano.
Recorte 3 - Sou
Elas sempre acusam, julgam e rotulam
Tento fugir do que me prende a frases clichês
E comportamentos mecânicos
Sou feita de espinhos, e do amargo fel
Não peço que me amem, mais exijo que me respeitem
Que respeite quem sou
Tenho asas tortas, risos inconstantes
Tenho muros, muros de pedras altas em meu coração
Covarde aquele que me apontar por isso
Guardo comigo minhas melhores qualidades
Guardo comigo o afeto mais doce, doce e imprevisível
Rústicas minhas expressões de afeto
Corajosos quem me deixam voar, viajar em minha essência
Não sou pessoas de rótulos e sim de pessoas
Filosofia atravessada, olhar viajante
Fugitiva de pessoas que tornem tênue meu conceito sobre mim.
Reocorte 2 - Palavras
Escapam-me entre os dedos das mãos frias que chamam ajuda
O chão foge de meus pés como se estes os fossem o machucar
Prende-los nesse mar de cicatrizes que cerram meu peito
Perco desequilibradamente os sentidos
Grito nos meus olhos minha tristeza que se transforma no liquido transparente que me retratam os dias
Pareço viajar incessantemente nas tardes e nos finais de semana
Viajo para a terra do nunca, onde nunca nada é possível, nunca consigo me distanciar do medo que me circunda.
Parecem erros bobos, parecem perdas bobas
Mas machucam como as sérias adagas envenenadas
Em momentos tomo um sopro de esperança onde a mesma não existe
Faço do meu passado o motivo dos meus risos presentes
Perco o humor, o sorriso, os cabelos e a razão
Sou a tristeza vestida de pés, mãos e lágrimas
Sou a inconstância de cabelos pintados
Pintura falsa, como o sorriso de palhaço que desenho em meus lábios antes de sair de casa.
Desgastada de tentar eu sigo, mesmo sangrando.
Me perco no espaço e tempo que me restam
As vezes sou feliz, isso acontece quando finjo que não sou mais eu, dura cerca de 3 segundos
Pareço louca por chorar quando a água quente me toca a pele
E quando pareço ficar sem ar, sinto como se fosse meu ultimo sopro de vida
Respiro fundo e mergulho na expectativa de sentir meu fôlego se esgotar
Mais sempre me surpreendo, tem ar reserva, lamento por isso as vezes.
O sangue frio parece me pulsar o coração.
Tento gritar aos meus quanta dor eu sinto, mas as palavras não me saem mais da boca.