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Recorte 13 - Biblioteca


Entre as estantes da Biblioteca: vidas, obras, versos.

A poeira sobre os romances me entram nas vias nasais e se espalham por todo o meu corpo.Os romances me embaçam a alma.

Ciência! Nenhum exemplar disponível. A humanidade em busca de explicar até o olhar insano do desejo humano.

Entre Fernando Pessoa e seus vários heterônimos, sentimentos perdidos em contos, prosa, poemas.

Nas prateleiras do fundo, caído e mofado, Romeu e Julieta de Shakespeare. O amor sem limites transformado em arquivo morto.

A estante de novidades traz a tona a dúvida cristã.Junto aos códigos, anjos, demônios e a eterna ficção sobre crimes não resolvidos, está a insanidade humana.

As palavras descrevem pessoas cada vez mais frias e loucas.Busco socorro nos versos de Vinícius e nas histórias de Chico, e todos os livros estão lá! Desejei que não estivessem.

Passos curtos vem e vão entre a estrutura fria de metal que seguram Mario Quintana e Cecília Meirelles.

A Biblioteca se torna morada constante da teoria do amor, ele fica lá presa em páginas não lidas.
Me aconchego junto a Saint-Exupéry e subitamente me vem tudo de uma vez:

“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas... o essencial é invisível aos olhos”
Visto-me de sorrisos e lágrimas.

A biblioteca chora. Se torna triste e amarela, como a folha rasgada do livro velho e esquecido. Ainda consigo senti-la na poeira grudada na calça Jeans desbotada.

Hoje eu trouxe para casa Veríssimo... “Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo.”
Minha boca seca espera ansiosamente que meu coração se apaixone.


(Camila Muniz)

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Recorte 12 - Vende-se


Com licença? Posso entrar?
Os sentimentos deveriam ser assim, EDUCADOS.
E se eles nunca chegam? no mínimo deveriam explicar o por que?
Eles deveriam ser como música, vc escolhe o estilo do qual gosta é vai se divertir da maneira que quiser.
Eu? já fui do jazz ao sertanejo, mais claro parando constantemente na MPB.
Hoje? na dança da solidão eu sambo.
Sentimentos deveriam ser vendidos em postos de conveniencia, já se encontra de tudo lá mesmo.
Tudo hoje está a venda: diversão, prazer, felicidade, euforia, e de vez em quando até comida conseguimos comprar.
Seria tão simples comprar o sentimento que desejássemos. 200 gramas de alegria por favor? tristeza? hoje não, obrigada!
Eu gostaria de comprar sorrisos também...um estoque inteiro, mais acho que não seria tão bom quanto ganhá-los.
Não seria nenhuma novidade se me aparecessem na porta oferendo-me 2 litros de amor, com certeza seria mto caro devido a sua escassez.
Não ficaria surpresa se os sentimentos fossem realmentes vendidos. Pelo menos encontraríamos eles em algum lugar.
Acho que os seres humanos estão estocando seus sentimentos. Certamente eles pensam em vendê-los futuramente.
Ainda não se vendem sentimentos, na verdade eu nem sei se eles ainda existem. Resta-me comprar uma placa branca, e de vermelho colocar os dizeres:


Vende-se um coração!


(Camila Muniz)

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Recorte 11 - Estalo


Poderia começar esta postagem com a seguinte frase de uma música de Renato Russo:


"Acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto"


Mais me sinto obrigada a me justificar também com as palavras de Clarice Lispector:


"sou um coração batendo no mundo"


Não satisfeita tento sem grande êxito falar por mim Camila Muniz:


Estalo

Ontem ouvi que eu era uma pessoa difícil!
Der repente um estalo, um clarão me cegou os olhos
Me amem, ou me odeiem..minha filosofia constante
Extremismo, bipolaridade... Como será ser normal?
Às vezes não sei bem quem sou. O doce Anjo ou o fugaz errante?
Confundo-me entre declarações e insultos
Entre certezas e dúvidas
Sou a palavra doce para uns
E a música triste para outros
Às vezes eu nem sei se sou real.
Não sei se o erro está em mim ou no mundo...é muito confuso!
A proximidade às vezes me incomoda, mais a distância me assusta.
Os sentimentos me martirizam, mais a ausência deles me anula.
Em momentos sentir me faz falta.
Apaixonante ou decepcionante? Depende de como você me vê
Dependo de em que momento você me vê.
Sou uma mistura de incerteza e convicção... Instabilidade.
Ontem estava apaixonada, amanhã? Por favor, alguém se lembra do ultimo capitulo da novela?
Peraí! Eu nem assistia novela!!!
Minhas certezas são certezas diferentes a cada dia.
Hoje sou um vulcão prestes a explodir
Talvez eu acorde flor amanhã...


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Recorte 10 - Quase..


O quase é quase pior do que o nunca as vezes....Quase consigo ter razão!!!


"Vivo no quase, no nunca e no sempre.

Quase, quase - e por um triz escapo."

(Clarice Lispector)



Quase por Camila Muniz:


Eu quase posso sentir meu coração
Não me lembrava mais como era me sentir assim... Impotente!
A razão vai e vem com um balanço prestes a ter as cordas rompidas
Rompi as pedras, ainda sinto algumas delas caindo sobre meu corpo frágil.
Frágil? Nunca mais achei que fosse me sentir assim, é difícil saber se é bom ou ruim.
Quase posso chorar... Mais ainda não consigo, talvez se me saíssem algumas lágrimas dos olhos, me sufocaria menos esse nó preso na garganta.
Minha boca seca revela minha falta de ação, reação!
A falta de Adeus me incomoda... Me faz perceber a recíproca não verdadeira
Talvez um dia os seres humanos voltem a ser humanos, talvez eles sintam mais.
Os sentimentos se confundem: raiva, tristeza, euforia, decepção. Não sei distinguir o que sinto, só sei que sinto.
Todo mundo só brinca com fogo por que ignora que ele realmente possa queimar.
Se as placas e avisos funcionassem, não haveriam acidentes, e ninguém se machucaria.
Sinto-me usada, não de corpo, de alma. Quem as pessoas pensam que são?
É como se tivessem invadido minha casa , bagunçado tudo e ido embora,
E o mais irônico...com a minha permissão.
O meu corpo continua o mesmo, com exceção dos meus olhos, que estão mais vermelhos.Meus sentimentos continuam os mesmos, exceto por alguns arranhões na alma.Minhas teses? Rasguei...

(Camila Muniz)

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Recorte 9 - O que?


O mundo anda tão estranho, as pessoas são cada vez mais esquisitas. Tenho a ligeira impressão que o ser humano está sempre arranjando desculpas para não ser feliz. Precisamos complicar menos a felicidades, vamos voltar a ser burros...talvez facilite as coisas....


"Socorro!

Alguma alma mesmo que penada

Me empreste suas penas

Já não sinto amor, nem dor

Já não sinto nada..."

(Arnaldo Antunes)

...................................................................


Acordei!
Não sei como me sinto
O dia ta cinza com pequenas faíscas amarelas
Olho o tempo, a brisa, o quarto, e não sei como me sinto.
Na calçada pessoas brancas, pretas, amarelas
Vidas caminhando de um lado e de outro... Engraçado! Ainda não sei como me sinto.
Correm os minutos, entram e saem histórias do ônibus em movimentos, eu continuo parada, sem saber.
Cumpro o roteiro... A tarde acaba, volto pra casa.
Os olhos parecem feitos de vidro, não brilham, não choram, não mudam as cores do dia.
A saia balança no corpo dança como não dança a emoção.
O paladar automático ingere sem saber o quê,
Queria um gosto que me libertasse!
Eu aperto as mãos contra as maçãs da face, talvez corem, talvez não.
As pessoas se agridem sem saber por quê? Elas se machucam...
Será que ainda existe alguém aí?
Será que estou triste? Será que estou confusa? Será que estou?
Não sei como me sinto...
Eu só queria saber como me sinto...

(Camila Muniz)


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Recorte 8 - ???


"Sou uma filha da natureza,

Quero pegar, sentir, tocar, ser."

(Clarice Lispector)




O grito parece preso na garganta
As lágrimas solidificam e se tornam risos disfarçados na face
A alma parece seca e nobre
Calma e inconstante
Racional e insana
Insensata essa vontade de mudar as coisas
De inserir os sentimentos no outro
Sentimentos calados, porém sentimentos
Com acordes mal feitos disfarçando a música presente na pupila dilatada.
O coração se torna melodia da musica sem letra...instrumental..sentimental.
Versos e prosas romancistas, poemas líricos
O toque do violino intenso ou a gaita..instrumento dos boêmios que tocam o amor.
No mais, somente sentimento
Sou todos os sentimentos presos na fala que não sai
Olhos, boca...todos os sentidos se tornam o sentimento não desejado.
Sinto nos lábios ainda o sabor fixado,
Os olhos vêem um momento parado no tempo
O olfato do cheiro doce misturado a bebida da noite
Toques impulsivos, gosto nos dedos que sentem a face.
Sentimento preso nos minutos que duraram a carinho amigo homem e mulher.
Carinho dissipado...momento congelado e guardado na gaveta das lembranças que não queremos esquecer.

(Camila Muniz)

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Recorte 7 - Sonho



Acho que todo mundo já sonhou que dormia, e acordava no sonho, mais na verdade não havia acordado...as vezes isso parece tão real que confundimos tudo. As vezes acordar dói!!!



Fecho os olhos...
...O cheiro de grama invade o quarto,
Ao mesmo tempo o vento sopra incessantemente a persiana enfeitada de poeira.
O quarto se torna tudo, as coisas mudam de lugar e estão onde sempre quis que elas estivessem.
As paredes pintadas de cores fortes chamam a atenção do meu sorriso, que se manifesta antes de minha mente abstrair o significado da felicidade que bate latente em meu peito.
O perfume da tinta fresca se mistura ao cheiro que exala das flores que adentram o quarto: girassois, rosas, lírios...
A sensação de plenitude é atropelada de um barulho ensurdecedor, o barulho fica cada vez mais forte, irrita, incomoda, e quando os ouvidos não agüentam mais, as pálpebras se abrem num susto...a mão sobre o relógio que me chamava. Vão embora a disposição dos objetos e as cores do quarto. Ainda posso sentir o perfume que some lentamente com a claridade da luz...girassois, rosas, lírios...



( Camila Muniz)

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Recorte 6 - Insônia


Insônia!!!


Por Drauzio Varella:


A insônia se caracteriza pela incapacidade de conciliar o sono e pode manifestar-se em seu período inicial, intermediário ou final. O tempo necessário para um sono reparador varia de uma pessoa para outra. (Dauzio Varrela)




Por Camila Muniz:


Onze horas e começa tudo de novo...
O corpo cansado grita o lençol macio,
mas os olhos teimam em manter-ser alerta.
As noites que não me trazem o
sono, me prendem a um estado inerte de inquietação.
Vivo dias, meses e anos,
muitos em cada uma das noites em que o sono não vem.
O escuro me traz o medo,
e junto do medo uma realidade que não vivo.
Observando o céu às vezes
nublado, outras vezes banhado de estrelas,
suplico no silêncio um sonho onde
eu não esteja acordada.
Imagino a realidade não existente e me distraio...
Vou longe!
Quando volto, a noite ainda persiste em continuar,
ela me traz as pessoas, e eu me pego analisando o comportamento humano.
As pessoas me causam
medo, elas são tão cruéis, tão insanas...
Mais insanas do que minhas noites
de insônia.
Meia noite! Ainda consigo ouvir a TV, na tela só o que nós
insistimos em não enxergar...
Violência, a busca da perfeição estética, os
prazeres mundanos...
A noite me traz pessoas cada vez mais vazias, cada vez
mais pintadas de perfeição e tristeza .
Uma hora!!! Sinto um leve pesar nos
olhos, quase posso dormir... Desligo a TV e me envolvo do aconchego da cama...
Duas horas e o pesar dos olhos se deteve a pequena vontade de dormir, só
vontade... Assim como as vontades que me rodeiam a falta de sono...
Agora,
posso ser quem eu quiser: desenho, pessoa, bicho... Posso ser tudo, mais o
barulho que o vento faz na falta de luz me torna nada, uma mera expectadora danoite...

Velo o sono, e o sono não vêm...
Na TV mais nada, nem mesmo a
mentira humana... Resta-me tornar a letra de alguma musica de Arnaldo, ou algum
verso de Clarice.
Os ponteiros do relógio parecem cada vez mais
lentos...minha ansiedade pelo nascer do dia chega a me doer.

Espero com o
coração já me saindo do peito pelos primeiros raios de sol, eles me acalmam.
O dia faz das pessoas mais bonitas, elas nem parecem tão triste quando a
maquiagem cobre a verdade das noites de insônia.



(Camila Muniz)

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Recorte 5 - Conflito


HOje como um dia atípico...Segue mais uma postagem, nada de meu...mais significa o que eu tremulamente sinto sem dizer, pensamentos que se esvaem, sentimentos que não consigo prender em palavras que signifiquem qualquer coisa além de confusão!!!


Texto de Juliandry Morales:


Não sei gostar pela metade...

Não sei gostar até a quarta de cinzas...

Não sei te olhar sem te querer...

Não sei guardar meu sorriso ao te refletir...

Não sei o tamanho disso tudo...

Não sei apagar o brilho dos meu olhos nos seus...

Não sei se eu me jogar aonde vou parar...

Não sei do seu momento...

Não sei deixar de pensar...

Não sei terminar antes de começar...

Não sei manter a distancia...

Não sei se suportarei sem me magoar...

Não sei se ao te rever vou agüentar...

Não sei não demonstrar o que sinto...

Não sei equilibrar a razão e a emoção...

Não sei disciplinar o gostar, o amar o sentir...

Não sei frear meu coração...

Não sei ter alguém ao meu lado sem faze-lo sorrir

Não sei esperar...

Não sei...


Mas sei

O que eu gosto

O que eu sinto e

O que EU QUERO!

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Recorte 4 - Erros


Perdido...talvez esta seja a palavra dos dias de hoje, tudo anda tão misturado que agente acaba por não saber o que realmente faz sentindo, seres humanos? hummm...estes não sabem mais o que fazem....


primeiro as palavras do meu saldoso Chico...


"Alô, liberdadelevante, lava o rosto
Fica em pé
Como é, liberdade ...
Vou ter que requentar
O teu café"


Agora palavras minhas...


Errar - 02/06/2008

Sempre estive presente
Nos mais belos conceitos
Nas mais duras regras
Nas mais severas tradições

Nunca me permiti
Amores sem juízo
Pecados sem castigo
Erros sem punições

Inspirei-me no que fosse mais doce
No que me afastasse do mundo
Este de prazeres mundanos
De desejos profanos
Este quem em muito se distinguia de mim

Corri do que prende os meus
Fugi do me tornasse mais um
E me esqueci do que me torna real
Esqueci-me de que os erros me tornam real

Hoje fora da redoma onde sempre fui cultivada
Sinto-me de pernas quebradas
Valores trocados
Não sei mais a distinção de certo e errado

Distorcendo-me do que sempre acreditei
Agora tento seguir cada vez mais só
Tento me punir por meus erros
Será que realmente são erros
Por que comigo eles parecem mais graves?

Canso-me de estar cercada daqueles que ainda me vêem igual
Sempre fui o quadro certo
Por que não posso estar na outra parede?
Por que não posso me esquivar para outro lado?
Dúvidas me embalam e me fazem prisioneira.

Cubro minha face do vermelho que me cora as maçãs do rosto
Ergo meus braços a procura de mim
Encontrei-me em uma música
Só me encontro no que não pertence à humanidade cruel
Esta que agora pertence a meu ego ferido.

Duras são as palavras que ouço de mim
Egoísta eu não me deixar viver
Severos e rudes são meus pensamentos
Minhas condenações
Às vezes eu desejo me importar menos, me cobrar menos.

Me curvo agora diante ao desespero preso em meus olhos
Ao descontentamento presente em minha fala
E as acusações constantes em meus pensamentos
Por que quando eu erro o erro parece mais grave?

Escondo-me atrás da poesia
E de sorrisos mal traçados
Escondo-me do que me torna real e errada
Escondo-me do que me faz sentir que sou ser humano.


(Camila Muniz)

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Recorte 3 - Sou


Sem saber como seguir, continuo seguindo com textos antigos....



As pessoas estão sempre querendo justificar seus erros nos outros
Elas sempre acusam, julgam e rotulam
Tento fugir do que me prende a frases clichês
E comportamentos mecânicos
Sou feita de espinhos, e do amargo fel
Não peço que me amem, mais exijo que me respeitem
Que respeite quem sou
Tenho asas tortas, risos inconstantes
Tenho muros, muros de pedras altas em meu coração
Covarde aquele que me apontar por isso
Guardo comigo minhas melhores qualidades
Guardo comigo o afeto mais doce, doce e imprevisível
Rústicas minhas expressões de afeto
Corajosos quem me deixam voar, viajar em minha essência
Não sou pessoas de rótulos e sim de pessoas
Filosofia atravessada, olhar viajante
Fugitiva de pessoas que tornem tênue meu conceito sobre mim.


(Camila Muniz)

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Reocorte 2 - Palavras




Tem dias que agente tenta, tenta, tenta e não consegue dizer uma palavra que consiga traduzir aquela coisa que bloqueia a garganta. Procurei e achei um texto meio antigo que fiz, acho que ele tenta o dizer o que EU não consigo dizer hoje.
Antes mais um trecho de uma música do meu tão querido Chico Buarque:


"Palavra minha
Matéria, minha criatura, palavra
Que me conduz
Mudo
E que me escreve desatento, palavra"




As palavras não me saem mais da boca
Escapam-me entre os dedos das mãos frias que chamam ajuda
O chão foge de meus pés como se estes os fossem o machucar
Prende-los nesse mar de cicatrizes que cerram meu peito
Perco desequilibradamente os sentidos
Grito nos meus olhos minha tristeza que se transforma no liquido transparente que me retratam os dias
Pareço viajar incessantemente nas tardes e nos finais de semana
Viajo para a terra do nunca, onde nunca nada é possível, nunca consigo me distanciar do medo que me circunda.
Parecem erros bobos, parecem perdas bobas
Mas machucam como as sérias adagas envenenadas
Em momentos tomo um sopro de esperança onde a mesma não existe
Faço do meu passado o motivo dos meus risos presentes
Perco o humor, o sorriso, os cabelos e a razão
Sou a tristeza vestida de pés, mãos e lágrimas
Sou a inconstância de cabelos pintados
Pintura falsa, como o sorriso de palhaço que desenho em meus lábios antes de sair de casa.
Desgastada de tentar eu sigo, mesmo sangrando.
Me perco no espaço e tempo que me restam
As vezes sou feliz, isso acontece quando finjo que não sou mais eu, dura cerca de 3 segundos
Pareço louca por chorar quando a água quente me toca a pele
E quando pareço ficar sem ar, sinto como se fosse meu ultimo sopro de vida
Respiro fundo e mergulho na expectativa de sentir meu fôlego se esgotar
Mais sempre me surpreendo, tem ar reserva, lamento por isso as vezes.
O sangue frio parece me pulsar o coração.
Tento gritar aos meus quanta dor eu sinto, mas as palavras não me saem mais da boca.


(Camila Muniz)

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Recortes do Cotidiano - 1 tentantiva


Em minha terceira tentativa de manter um Blog, incio o mesmo com um trecho da musica de Chico Buarque, que ao meu ver é parte da sociedade que hoje é dita como pós-moderna, mas que em meu conceito leigo insisto em dizê-la mecânica.


"Todo dia eu só penso em poder parar
Meio-dia eu só penso
Em dizer não
Depois penso na vida
Prá levar
E me calo com a bocaDe feijão..."


Ser humano é tarefa difícil

é quase que imposspivel ser humano

é mais fácil ser robô

ser informção, sem pudor

sem cultura, so cibercultura.
(Camila Muniz)