O mundo anda tão estranho, as pessoas são cada vez mais esquisitas. Tenho a ligeira impressão que o ser humano está sempre arranjando desculpas para não ser feliz. Precisamos complicar menos a felicidades, vamos voltar a ser burros...talvez facilite as coisas....


"Socorro!

Alguma alma mesmo que penada

Me empreste suas penas

Já não sinto amor, nem dor

Já não sinto nada..."

(Arnaldo Antunes)

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Acordei!
Não sei como me sinto
O dia ta cinza com pequenas faíscas amarelas
Olho o tempo, a brisa, o quarto, e não sei como me sinto.
Na calçada pessoas brancas, pretas, amarelas
Vidas caminhando de um lado e de outro... Engraçado! Ainda não sei como me sinto.
Correm os minutos, entram e saem histórias do ônibus em movimentos, eu continuo parada, sem saber.
Cumpro o roteiro... A tarde acaba, volto pra casa.
Os olhos parecem feitos de vidro, não brilham, não choram, não mudam as cores do dia.
A saia balança no corpo dança como não dança a emoção.
O paladar automático ingere sem saber o quê,
Queria um gosto que me libertasse!
Eu aperto as mãos contra as maçãs da face, talvez corem, talvez não.
As pessoas se agridem sem saber por quê? Elas se machucam...
Será que ainda existe alguém aí?
Será que estou triste? Será que estou confusa? Será que estou?
Não sei como me sinto...
Eu só queria saber como me sinto...

(Camila Muniz)