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Camila Muniz
In:
Recorte 49 - Desenho
Mais do mesmo...
Por Camila Muniz:
Então eu me desenhava
em traços fortes não desmancháveis,
pedante seguia o desenho forte.
Eu me rabiscava em cores
entre rosa e vermelho sangue,
enchia meu desenho de vida,
coloria até quebrar a ponta dos lápis de cor.
Sentindo em mim a mesantropia,
a descrença no que eu desenhava em mim,
por que me vendo ali no papel,
eu me parecia com os outros,
e colorir não parecia me tornar diferente.
Foi então que vi que eu não podia estar ali naquele papel,
se não pudesse por nele o que havia em mim,
o que havia de bom.
Não sobrou muita coisa a desenhar.
..fui desmanchando tudo, mãos tortas,
lábios secos, até os cabelos de palha acabaram desfeitos.
Quando olhei denovo o desenho lá estava eu,
perfeita como eu era.
transformada no que tento ter diferente dos meus,
um coração...
...era um coração colorido de vermelho forte.
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Camila Muniz
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Recorte 48 - O Beijo
Por Camila Muniz:
Estima-se um beijo...
Um beijo que se faz de qualquer, por ser mais que querido.
E não adianta um beijo qualquer de qualquer beijo,
tem que ser aquele beijo, aquele que se faz de qualquer sem ser.
Aquele que acontece sem qualquer querer e passa a ser querido.
E não adianta achar que qualquer beijo vai ser aquele beijo qualquer,
por que nunca vai ser, ele vai ser um outro, vai ser qualquer um,
mais nunca vai ser o beijo que se faz de qualquer...sem ser.
É um beijo que se faz de qualquer no jeito de chegar,
no jeito de tocar.
Tem um cheiro qualquer misturado, um sabor qualquer fixado...
é meramente um beijo que se faz de qualquer SEM SER...
é meramente um beijo que se faz de qualquer SEM SER...
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